Notícias

Empoderamento feminino nas causas ambientais: uma luta que transcende

publicado: 12/03/2018 08h02, última modificação: 09/10/2018 11h21
22050506_1655655697786289_878007457_o.jpg

 

Mais que uma data de comemoração, o Dia Internacional da Mulher é marcado pela luta, reivindicações de direitos e, principalmente, por uma forma de pensar socialmente justa para todos. Ainda que a realidade esteja longe do almejado, as mulheres vêm protagonizando um cenário de empoderamento em diversas áreas, a participação nas principais lideranças está se tornando cada vez mais recorrente e essa luta por espaço na sociedade perpassa também, outras importantes discussões como a defesa do meio ambiente.

A Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema), conta o trabalho de diversas ambientalistas que protagonizam importantes avanços em relação à proteção ambiental do Estado. A coordenadora do Jardim Botânico Benjamim Maranhão, Suênia Oliveira, ressalta a conexão da mulher com a natureza “Inserir a relação das mulheres com o meio ambiente nesse contexto é importante por que elas possuem um elo íntimo com a natureza. A questão do cultivo historicamente foi desenvolvida pela mulher, o saber das plantas medicinais, o cuidado na relação saúde e meio ambiente é um papel muito feminino”, destacou.

A mulher vem construindo e fortalecendo, junto a história, iniciativas que envolvem pensar as relações sociais de uma forma mais justa e a luta em defesa do meio ambiente, que acontece há décadas. A pesquisadora da Universidade Federal da Paraíba na área de Gênero e Mídia, Margarete Almeida, explica a relação do feminino com o meio ambiente e a importância do empoderamento. “A mulher tem uma ligação muito forte com o meio ambiente na questão da sustentabilidade da vida e o empoderamento nesse sentido é imprescindível, como em todas as áreas, pois elas sofrem discriminação, ganham menos que os homens e recebem mais cobranças” pontuou.

Na Sudema, diversas figuras femininas ambientalistas assumem a liderança em áreas que impactam diretamente na vida da população paraibana, a coordenadora de Educação Ambiental (Ceda), Taciana Wanderley, chama atenção aos diversos papeis que a mulher assume. “Sem igualdade de gênero e sem o empoderamento social, econômico, político e ambiental das mulheres, o mundo não conseguirá evoluir. Somos guardiãs, desenvolvemos múltiplos papeis e habilidades para defender a luta das mulheres e da causa ambiental. Somos, também, que geramos a vida e fazemos tudo isso sem reconhecimento e com muitas cobranças”.

O superintendente da Sudema, João Vicente Machado Sobrinho, aponta a data comemorativa como uma entres tantas outras conquistas que as mulheres conseguiram através da luta “A conquista do oito de março foi uma conquista das mulheres, nenhum governante concedeu essa data, foram elas que pagaram com a própria vida para ter esse espaço na sociedade civil. Tenho orgulho das mulheres que atuam na autarquia em defesa do meio ambiente. Nosso quadro de coordenadores e lideres é formado em sua maioria por mulheres, pois elas têm um compromisso mais efetivo com tudo que se propõem”, frisou.

Margarete Almeida ressalta que apesar de ainda existir um longo caminho a percorrer, essas lideranças trazem à tona novas formas de pensar. “Quando uma mulher assume um cargo de liderança ela muda a si mesmo, quando mulheres assumem cargos de liderança, elas mudam a sociedade porque elas pensam e propõem uma nova forma mais igualitária de se pensar as relações de gênero, a sociedade e nesse caso, as relações humanas com o meio ambiente” salientou.  

 

Fonte: Jornal A União

error while rendering plone.belowcontenttitle.contents