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Jardim Botânico de João Pessoa serve de referência para estudos sobre a flora da Mata Atlântica

publicado: 13/09/2017 16h14, última modificação: 09/10/2018 11h20
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Boleiras, jacobínias, sabugueiros, mangueiras, perobas e ipês são algumas das espécies vegetais do bioma Mata Atlântica que visitantes e pesquisadores podem apreciar no Jardim Botânico Benjamim Maranhão (JBBM), em João Pessoa.

A lista das plantas é extensa, com mais de 300 espécies e pouco mais de uma dezena de famílias. O Jardim Botânico pertence ao Governo do Estado e é administrado pela Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) desde o ano de 2000.

A catalogação da flora na divisão do reino vegetal segue a identificação por espécie, gênero e família, muitas são exsicatas (amostra de planta seca e prensada) e a lista cresce seguindo as descobertas.

A identificação do material é realizada com o auxílio de chaves analíticas de mais de uma informação, diagnoses e descrições encontradas na bibliografia especializada e comparando com material previamente identificado por especialistas.

Para realizar pesquisas  no Jardim Botânico é necessário apresentar documentos e preencher formulário de solicitação, além de projeto de pesquisa, currículo do titular da pesquisa, declaração  de  vínculo  do pesquisador  com  a  instituição, declaração  da  instituição depositária, cópia da  licença  de  coleta  emitida  pelo Ibama.

É autorizado  o  desenvolvimento de projetos nas diversas áreas do conhecimento capazes, a curto e médio prazo, de atender aos propósitos de conservação, educação ambiental e propagação do conhecimento biológico.

A coordenadora do Jardim Botânico, Suênia Oliveira, defende a área como ponto de estudos e potencial turístico da capital paraibana. “Além do forte apelo turístico, o local tem naturalmente o poder de estudos científicos, tanto da flora quanto da fauna. Mas é na área da botânica que se destaca, com 517 hectares e 20 trilhas que levam entre 30 minutos e três horas para serem percorridas. A mata nativa, com espécies exóticas, árvores exuberantes, assim como a fauna local, podem ser observados ao longo do percurso. Convidamos os interessados a nos visitar, pois o local é exuberante”, assegura.

De acordo com a bióloga Juliana Coutinho, que pesquisa a botânica no local, a  importância do Jordim Botânico, como fragmento de Mata Atlântica, está em assegurar condições necessárias para manutenção de espécies da flora, como também da fauna desse ambiente. “A área apresenta grande relevância biológica que deve ser preservada. O Jardim Botânico exerce o seu papel em promover a conservação da Mata Atlântica do Nordeste, coordenando e conduzindo ações e programas de pesquisa e educação ambiental, além de desenvolver e manter coleções documentadas de plantas da Mata Atlântica e outros espécimes apropriados à zona climática do Nordeste”, explicou.

Histórico – A citação da área onde se encontra o Jardim Botânico remota de 1856 com a denominação de Sítio Jaguaricumbe em registros de terras. Em 1907, o Governo do Estado comprou as terras para iniciar o sistema de canalização do abastecimento d’água da cidade, e dois anos depois foi construído o primeiro poço amazonas, para em seguida ser inaugurado o sistema de abastecimento da Capital.

No ano de 1940 foi construída a barragem do Buraquinho e em 1953 foi criado o Jardim Botânico Regional, em função do Acordo Florestal da Paraíba, com a finalidade de produção de mudas florestais nativas. A passagem para Área de Preservação Permanente ocorreu em 1989. O Jardim Botânico Benjamim Maranhão foi finalmente criado no ano de 2000, com inauguração em 2002.

Serviço – A entrada é franca e os visitantes são divididos em dois grupos, um espontâneo, composto basicamente por famílias, e outro de pesquisa. Para estudos faz-se necessário o agendamento, que pode ser feito de terça-feira a sábado, das 8h às 16h, pelos telefones 3218.7880 ou 3218.7883. Os visitantes devem comparecer com calças compridas e sapatos fechados.