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Sudema apresenta relatório de monitoramento do peixe-leão no litoral paraibano
Na manhã desta quinta-feira (19), a Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) realizou, no auditório da Companhia de Desenvolvimento da Paraíba (CINEP), uma reunião de grande relevância para o litoral paraibano. O evento apresentou os resultados das ações de monitoramento e captura do peixe-leão, espécie invasora que ameaça o equilíbrio ambiental e a segurança de banhistas e pescadores.
De acordo com o superintendente Marcelo Cavalcanti, o trabalho desenvolvido pela Sudema é essencial para compreender a presença e os impactos do peixe-leão no ecossistema marinho da Paraíba. “O trabalho que vem sendo coordenado pela superintendência tem sido fundamental para identificar a dinâmica dessa espécie invasora em nosso bioma”, afirmou. Ele também destacou a importância das ações de busca ativa, que permitem não apenas a captura dos animais, mas também o planejamento de estratégias mais abrangentes de controle e prevenção.
Os dados divulgados revelaram 18 ocorrências do peixe-leão na Paraíba desde abril de 2023, sendo 6 em Unidades de Conservação, das quais 5 resultaram na captura do animal. Cerca de 65% das ocorrências foram registradas em João Pessoa, enquanto 17% ocorreram em Pitimbu. O peixe-leão também foi identificado em Baía da Traição, Cabedelo e Conde, em profundidades que variaram de 1,5 metro a 70 metros e até 27 quilômetros da costa.
“A Sudema concluiu hoje uma etapa importante para o controle do peixe-leão na Paraíba, apresentando um panorama das ocorrências e debatendo estratégias de longo prazo. Esse relatório é fruto de um trabalho coletivo que envolveu pescadores, mergulhadores e equipes técnicas. Nosso objetivo é ampliar as ações, integrando mais parceiros e fortalecendo a educação ambiental nas comunidades”, destacou Leandro Silvestre, da Divisão de Fauna da Sudema (DIFAU).
Para o professor Mucio Banja, da Universidade de Pernambuco, o estado está avançado no enfrentamento da ameaça. “É importante destacar que a Sudema está fazendo um trabalho exemplar no controle do peixe-leão. As ações realizadas aqui estão mais avançadas do que em muitos outros estados, com iniciativas que já integram pesquisa, captura e educação ambiental.”, parabenizou o professor, ressaltando a importância da organização e dos resultados concretos, que são fundamentais para proteger os ecossistemas marinhos.
Ivan Occhi, do Clube do Mergulho, enfatizou a necessidade de continuidade das operações de mitigação. “É um trabalho que exige esforço constante, porque cada ocorrência representa uma ameaça à biodiversidade marinha”, explicou, garantindo a colaboração nos esforços futuros para a mitigação do animal.
Já Karina Massei, do Instituto Inpact, apontou a educação ambiental como peça-chave no enfrentamento do problema. “É essencial que a população entenda o impacto desse invasor, não apenas na biodiversidade, mas também na saúde pública e na economia. A educação ambiental, envolvendo pescadores, mergulhadores e estudantes, é um pilar fundamental para mitigar os danos causados pelo peixe-leão”, afirmou ela, ressaltando que é uma questão que envolve não apenas o meio ambiente, mas também a saúde pública e a economia local.
As ações da Sudema destacam-se pela integração de diferentes setores e pela abrangência das estratégias adotadas. Além das operações de monitoramento e captura, que contam com a colaboração de pescadores e mergulhadores, a autarquia tem investido em educação ambiental, distribuição de materiais informativos e articulação de parcerias com instituições acadêmicas e organizações da sociedade civil para ampliar a resposta ao problema.