Transição climática favorece aparecimento de répteis; Sudema alerta para cuidados

A Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) alerta a população para o aumento da ocorrência de répteis em áreas urbanas durante os meses de julho, agosto e setembro.

Esse crescimento está relacionado à transição climática que marca o fim da estação chuvosa e o início do período mais seco e quente, favorecendo a circulação de espécies como cobras, jacarés e iguanas em busca de locais adequados para regular a temperatura corporal. Além disso, o período coincide com a fase reprodutiva de muitas dessas espécies o que, em conjunto com os efeitos das mudanças climáticas e a escassez de água e alimento em seus habitats naturais, contribui ainda mais para o aumento dos avistamentos.

De acordo com o chefe da Divisão de Fiscalização da Sudema, capitão Aragão, esse comportamento é típico dos répteis, que não possuem mecanismos internos para controlar a temperatura corporal. “Eles precisam adaptar-se às variações térmicas do ambiente. Por isso, muitas vezes buscam locais mais ensolarados ou sombreados, dependendo da necessidade. É comum vermos jacarés se aquecendo ao sol ou buscando sombra para se resfriar, por exemplo”, explicou.

Os avistamentos podem ocorrer tanto em áreas próximas a corpos d’água quanto em bairros residenciais e terrenos baldios. Diante de situações como essa, a orientação é clara: não se deve tentar capturar ou tocar no animal. “O contato deve ser apenas visual, para evitar acidentes e garantir que o animal permaneça visível até a chegada do resgate. O mais importante é acionar imediatamente o Batalhão Ambiental, por meio do 190. Isso vale para qualquer animal silvestre, não apenas répteis”, orienta Aragão. A Sudema reforça que também pode ser contatada, como parte da parceria institucional com o Batalhão, para acionar as equipes especializadas.

Além do papel de fiscalização e orientação, a autarquia também desenvolve ações de preservação dos habitats naturais, contribuindo para a redução do deslocamento de animais silvestres para áreas urbanas. Um dos destaques nesse sentido é o Projeto Nascente Viva, que busca recuperar áreas degradadas às margens do Rio Paraíba e restaurar o equilíbrio ambiental na região.

A Sudema ressalta a importância da colaboração da população, tanto na adoção de atitudes responsáveis quanto na comunicação imediata com os canais adequados. A presença de répteis em ambientes urbanos é um reflexo direto das alterações ambientais e deve ser tratada com seriedade e informação.